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há uma pequeníssima gota de água que
à revelia da casa resvala pelo muro da insónia
.é tão bela e tão distinta essa gotinha que
o a manhe’Ser a transforma em dia
em hora de abrir a cancela ao futuro
.uma outra paliçada e um gosto sorvente
a framboesas-meninas enchem por inteiro
o Inverno
.a casa converte-se num corpo sedento de emoções e
a pouco e pouco deixa-se engravidar pelo futuro
.a pequeníssima gota de água vagueia pelo quintal
em demanda de um novo ritmo e cada árvore e
cada arbusto estendem os ramos a fim de abraçar
a lua cheia que em Fevereiro adormece
.tudo se converte em passagem
.em febre de risos sorvendo liras
.aprontam-se os cantos in.seguros e os meninos
apressam-se a nascer quando o frio é brasa e
o fosso sob a paliçada se reveste de filigrana
kamen kissimov