não tenho que dar contas ao demo





josé rodrigues





*
dedilho paisagens rubras numa aliança
avulsa com o demo que me aguarda
sem sentido
*
penso nos telhados
das frases e sorrio ao fogo da escrita num
lume apagado
*
perpetuo cinzas pelas letras mortas que
insistem em mergulhar na minha escrita
pagã
*
e nostálgica traço
alvoroços afogados em rostos como virgens
folheadas em leitura avulsas
*
insisto nos nomes
*
peco por eles e demoro sabendo
que a morte é uma hárpia fora de tempo

*
apago a vírgula