um pouco mais de azul para tanto amar





-christian schloe




*
delírio másculo o que
sob a arcada do templo festejávamos

*
foi no tempo em
que as pessoas se vestiam de emoções

*
de manhã chegavam e amavam-se
como um rio depois de brincarem com
as pedras do campo

*
à tarde colhiam figos e comiam-nos sob
o alpendre

*
à noite os olhos perdiam-se dormentes

*
inclinavam-se sobre as margaridas e
despiam-se num adeus ao
frio porque
o amor era como as pedras do campo que a
brincar atiravam ao rio